O uso
das tecnologias para fins educativos tem sido pauta constante de discussões,
além de dividir opiniões. De um lado há quem discuta as consequências dos
excessos tecnológicos postos em prática no dia a dia das pessoas, seja na
escola ou fora dela. Do outro lado há aqueles que acreditam que o uso orientado
traz mais benefícios do que ônus para as práticas de ensino e aprendizagem.
Tornar
o uso das tecnologias um ponto de pauta foi uma grande conquista alcançada
pelos especialistas através da promoção de debates em eventos, fóruns, nas
salas de aula, redes sociais e outros espaços. Ao passo que novas tecnologias
são lançadas, novos debates são produzidos a partir dos pontos de vista dos
educadores formadores de opinião, cada vez mais críticos e antenados. Surge,
então, a demanda pelo compartilhamento desses pontos de vista, informação
relevante para a formação daqueles que ainda estão ingressando nesse novo
cenário de debates.
Embora
a tecnologia esteja disseminada fora da escola, aplicá-la em sala de aula ainda
é um desafio para os professores. São poucos os que arriscam enfrentar o alto
nível de prática dos alunos ou a falta de infraestrutura tecnológica adequada
nas escolas. Aqueles que arriscam também esbarram em problemas como a falta de
planejamento ou seleção inadequada dos recursos digitais. Em muitos momentos
não se vai além do simples uso dos dispositivos eletrônicos.
Frente
a essas dificuldades é natural que muitos professores optem por colocar o uso
da tecnologia em cheque. Atualmente as maiores discussões têm sido geradas em
relação ao uso dos dispositivos móveis – smartphones e tablets – dentro da sala
de aula. Uma solução precipitada tem sido proibir o uso dos aparelhos na
escola, mesmo sabendo que os alunos usam tais dispositivos para fins de
aprendizagem, dentro ou fora da sala de aula, em diversos momentos ao longo do
dia. Não se considera, assim, os benefícios do uso orientado desse tipo de
tecnologia.
É com
o objetivo de discutir a aprendizagem móvel dentro e fora da escola que
acontece, entre os dias 13 e 15 de novembro de 2013, no Centro de Convenções da
Universidade Federal de Pernambuco, a 5ª edição do Simpósio Hipertexto e 1ª
edição do Colóquio Internacional de Educação com Tecnologias. Promovido pelo
Núcleo de Estudos em Hipertexto e Tecnologias na Educação da Universidade
Federal de Pernambuco (NEHTE/UFPE) e pelo Grupo Ciências Cognitivas e
Tecnologia Educacional (CCTE/UFPE), o Simpósio Hipertexto é realizado através
de parceria entre a Pós-Graduação em Letras e a Pós-Graduação em Ciências da
Computação da Universidade.
PESQUISADORES
“A escola que temos
não é a escola da qual precisamos”. É com esta afirmação que o pesquisador
americano Jim Lengel abre o artigo em que define o conceito de Educação
3.0. Nele propõe uma reflexão sobre o atual modelo de educação que não atende
às exigências do mundo do trabalho na era da tecnologia. “Os dispositivos
móveis permitem que os alunos aprendam em novos lugares, em novos tempos e de
novas maneiras. Com eles os professores podem publicar aulas em novos formatos,
como o podcast, mais adequados à forma como os alunos aprendem hoje em dia”,
afirma Jim Lengel. Essas e outras questões serão abordadas pelo especialista na
conferência de abertura do Simpósio Hipertexto.
A pesquisadora
portuguesa Ana Amélia carvalho, também conferencista internacional do Simpósio,
acredita que a Web tem se tornado, cada vez mais, uma importante fonte de
conteúdo tanto para ensinar como para aprender. “Escrever já não está mais
limitado apenas ao texto verbal, integrá-lo a outros formatos tem se tornado
uma tarefa cada vez mais fácil”, afirma a professora titular da Faculdade de
Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra, especialista nos
estudos sobre Podcasts.
Pela primeira vez no Recife estará o pesquisador francês
Stephane Simonian. Professor da Université Lyon 2, Simonian analisa, com
destacada ênfase na metodologia e no processo, os diferentes cenários que
surgem a partir da convivência de professores e alunos em ambientes virtuais de
aprendizagem. O pesquisador também é o responsável pelo campus digital FORSE (www.sciencedu.org)
vinculado às universidades de Rouen, de Lyon 2 e ao centro de formação digital CNED.
José Manoel Moran, professor da Universidade de São Paulo (USP),
abordará em sua conferência uma questão decisiva para os rumos da sociedade:
como tornar viável a Educação Humanista, que enfrenta o desafio de reaproximar
razão e emoção. “Quanto mais tecnologias avançadas, mais a educação precisa de
pessoas humanas, evoluídas, competentes, éticas. A sociedade torna-se cada vez
mais complexa, pluralista e exige pessoas abertas, criativas, inovadoras,
confiáveis. O que faz a diferença no avanço dos países é a qualificação das
pessoas. A educação com profissionais mais evoluídos nos mostrará caminhos mais
avançados de integrar o humano e o tecnológico; o racional, sensorial,
emocional e o ético; o presencial e o virtual; a escola, o trabalho e a vida em
todas as suas dimensões”, afirma o pesquisador.
Fechando o time de conferencistas do Simpósio Hipertexto e
Colóquio Internacional de Educação com Tecnologias está o pesquisador Luciano
Meira. Luciano é colaborador do Centro de Estudos e Sistemas Avançados do
Recife (C.E.S.A.R), além de professor do Departamento de Psicologia da UFPE. Em
sua obra, o professor propõe que a escola invista na aprendizagem de forma
divertida. “A missão da escola não deveria ser ensinar, mas criar cenários de
aprendizagem baseados em diálogo e diversão”, diz Luciano.
Inscrições – As inscrições para participação no 5º Simpósio
Hipertexto e Tecnologias na Educação seguem abertas até o dia 10 de outubro e podem ser feitas no site http://www.simposiohipertexto.com.br.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado por interagir. Responderemos o mais breve possível.